O segundo domingo de maio, Dia das Mães, é talvez um dos dias mais cruéis para as mulheres que por uma razão ou outra não tiveram filhos. Enquanto as mamães são celebradas em prosa e verso em todos os programas de televisão e são a causa de congestionamentos e vendas recordes em shoppings, as mulheres sem filhos se escondem sob o manto da invisibilidade. As não-mães passam pelo avesso da celebração. Assistem a toda a movimentação social pelo outro lado do espelho. A festa está lá, acontecendo, mas você não foi convidada. Simples assim.
"Ah! Mas o Dia das Mães é para todo mundo, afinal todo mundo participa em alguma medida como filho ou filha", argumentou um amigo. Bem, isso é verdade. Mas não resolve. Participar da festa como fonte de homenagem é uma coisa. Ser objeto da homenagem é outra. A mãe é a Rainha do Lar, é um ser sublime, divino, sempre admirável. Até as piores, ausentes, doidas e desmazeladas mães tem mais reconhecimento na nossa sociedade do que as mulheres que por alguma razão -- fisica, intelectual ou mística -- não pariram.
O Dia das Mães declara em alto e bom som: "Se você é mulher e não é mãe, você é uma incompetente! Circunscreva-se à sua insignificancia de não-mãe sem descer do salto. Engula o choro e a frustração. Cumprimente todo mundo com um sorriso e deixe para se lamentar na privacidade do quatro. E tem mais: porque você não foi uma boa menina, não vai ganhar presente!"
Papai Noel é mais generoso. Dá presente até para quem não teve filhos -- porque soube evitar, não quis ou não pode. Ainda bem! Graças à simpatia do Bom Velhinho, o Natal ainda é maior data para o comércio. Mas o fato do Dia das Mães ser a segunda maior data do calendário varejista é mais uma prova da exclusão das não-mães.
Em Esparta os bebês mal-formados era deixados expostos para morrer. É isso o que o Dia da Mães faz com as mulheres que não tiveram filhos: expõe sua esterilidade para execração pública. Exagero? Vocês precisam ver a expressão das pessoas quando se diz "não tenho filhos"... um misto de constrangimento e pena seguido pelo comentário besta: "ahhh...então você não é mãe" quando na verdade quer dizer "Eu ia te desejar Feliz Dia das Mães, mas você não se qualifica e me ainda fez a falta de educação de me deixar sem graça". Isso vale por uma chicotada. Mesmo.
O triste da exclusão é que o instinto maternal está em todas as mulheres -- e em vários homens, também! -- e ele é exercido o tempo todo pelas mulheres. Pela assistente que lembra a hora de um compromisso, pela faxineira que molha as plantas, pela colega que empresta o caderno, pela desconhecida que se oferece para segurar a mochila de quem está em pé no ônibus. O instinto maternal está lá, as ações maternais estão lá, só a passagem como paciente de maternidade é que pode não ter acontecido.
Por isso, aqui vai meu libelo de rebeldia: Feliz Dia da Mães para todo mundo que pratica o amor e o carinho com as pessoas e, em especial, para as mulheres que nunca engravidaram.
domingo, 8 de maio de 2011
ADOREI!!!!!
Gente!!!!!!!!!! ADOREI!!!!!!!!!!!!!!!!!! 28 visualizações numa noite!!! nem as mocinhas que ficam em vitrines em Amsterdã conseguem tanto!!! Agora, a pedidos, estou tentando habilitar os comentários!!!
Aguardem. Em breve, mais iDéias Sem Filtro!!!
Aguardem. Em breve, mais iDéias Sem Filtro!!!
Melhor sem filtro...
A sobriedade é contrária à espontaneidade. Por isso, a falta de álcool na corrente sanguinea é a maior responsável pelo afogamento de boas idéias no seu nascedouro. A idéia vem, a razão filtra e ela é assassinada sem sequer tomar forma. A presença de alcool, por outro lado, elimina o filtro da razão e deixa que as idéias mais loucas não só brotem como sejam expressas em palavras. Por isso, acho que muitas vezes o estado alterado pelo álcool é a melhor versão que as pessoas nesse mundo em que os espíritos foram domados pela razão e pelo "senso comum".
Aliás, que merda é essa de "senso comum"? E o que há de bom em ser comum? Se o tal senso é comum só significa que ele é corriqueiro, vulgar, mediocre...
Então, como não pretendo fazer apologia ao álcool -- se bem que um patrocínio de uma grande destilaria não faria nada mal...rsrsrs...-- decidi fazer um esforço consciente de redução do meu superego e só escrever nesse blog as coisas que me passam pela cabeça e que eu só teria coragem de dizer ou fazer depois de algumas doses.
A proposta é escrever sem filtro. Afinal, nesse mundo besta em que vivemos em que o prazer tem sempre de ser em versão light, decidi que quero o meu prazer da forma mais integral possível e sem filtro!
Aliás, que merda é essa de "senso comum"? E o que há de bom em ser comum? Se o tal senso é comum só significa que ele é corriqueiro, vulgar, mediocre...
Então, como não pretendo fazer apologia ao álcool -- se bem que um patrocínio de uma grande destilaria não faria nada mal...rsrsrs...-- decidi fazer um esforço consciente de redução do meu superego e só escrever nesse blog as coisas que me passam pela cabeça e que eu só teria coragem de dizer ou fazer depois de algumas doses.
A proposta é escrever sem filtro. Afinal, nesse mundo besta em que vivemos em que o prazer tem sempre de ser em versão light, decidi que quero o meu prazer da forma mais integral possível e sem filtro!
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