domingo, 8 de maio de 2011

O avesso do Dia das Mães.

O segundo domingo de maio, Dia das Mães, é talvez um dos dias mais cruéis para as mulheres que por uma razão ou outra não tiveram filhos. Enquanto as mamães são celebradas em prosa e verso em todos os programas de televisão e são a causa de congestionamentos e vendas recordes em shoppings, as mulheres sem filhos se escondem sob o manto da invisibilidade.  As não-mães passam pelo avesso da celebração. Assistem a toda a movimentação social pelo outro lado do espelho. A festa está lá, acontecendo, mas você não foi convidada. Simples assim.


"Ah! Mas o Dia das Mães é para todo mundo, afinal todo mundo participa em alguma medida como filho ou filha", argumentou um amigo. Bem, isso é verdade. Mas não resolve. Participar da festa como fonte de homenagem é uma coisa. Ser objeto da homenagem é outra. A mãe é a Rainha do Lar, é um ser sublime, divino, sempre admirável. Até as piores, ausentes, doidas e desmazeladas mães tem mais reconhecimento na nossa sociedade do que as mulheres que por alguma razão -- fisica, intelectual ou mística -- não pariram.


O Dia das Mães declara em alto e bom som: "Se você é mulher e não é mãe, você é uma incompetente! Circunscreva-se à sua insignificancia de não-mãe sem descer do salto. Engula o choro e a frustração. Cumprimente todo mundo com um sorriso e deixe para se lamentar na privacidade do quatro. E tem mais: porque você não foi uma boa menina, não vai ganhar presente!"


Papai Noel é mais generoso. Dá presente até para quem não teve filhos -- porque soube evitar, não quis ou não pode. Ainda bem! Graças à simpatia do Bom Velhinho, o Natal ainda é maior data para o comércio. Mas o fato do Dia das Mães ser a segunda maior data do calendário varejista é mais uma prova da exclusão das não-mães.


Em Esparta os bebês mal-formados era deixados expostos para morrer. É isso o que o Dia da Mães faz com as mulheres que não tiveram filhos: expõe sua esterilidade para execração pública. Exagero? Vocês precisam ver a expressão das pessoas quando se diz "não tenho filhos"... um misto de constrangimento e pena seguido pelo comentário besta: "ahhh...então você não é mãe" quando na verdade quer dizer "Eu ia te desejar Feliz Dia das Mães, mas você não se qualifica e me ainda fez a falta de educação de me deixar sem graça". Isso vale por uma chicotada. Mesmo.


O triste da exclusão é que o instinto maternal está em todas as mulheres -- e em vários homens, também! -- e ele é exercido o tempo todo pelas mulheres. Pela assistente que lembra a hora de um compromisso, pela faxineira que molha as plantas, pela colega que empresta o caderno, pela desconhecida que se oferece para segurar a mochila de quem está em pé no ônibus. O instinto maternal está lá, as ações maternais estão lá, só a passagem como paciente de maternidade é que pode não ter acontecido.


Por isso, aqui vai meu libelo de rebeldia: Feliz Dia da Mães para todo mundo que pratica o amor e o carinho com as pessoas e, em especial, para as mulheres que nunca engravidaram.

ADOREI!!!!!

Gente!!!!!!!!!! ADOREI!!!!!!!!!!!!!!!!!! 28 visualizações numa noite!!! nem as mocinhas que ficam em vitrines em Amsterdã conseguem tanto!!! Agora, a pedidos, estou tentando habilitar os comentários!!!

Aguardem. Em breve, mais iDéias Sem Filtro!!!

Melhor sem filtro...

A sobriedade é contrária à espontaneidade. Por isso, a falta de álcool na corrente sanguinea é a maior responsável pelo afogamento de boas idéias no seu nascedouro. A idéia vem, a razão filtra e ela é assassinada sem sequer tomar forma. A presença de alcool, por outro lado, elimina o filtro da razão e deixa que as idéias mais loucas não só brotem como sejam expressas em palavras. Por isso, acho que muitas vezes o estado alterado pelo álcool é a melhor versão que as pessoas nesse mundo em que os espíritos foram domados pela razão e pelo "senso comum".

Aliás, que merda é essa de "senso comum"? E o que há de bom em ser comum? Se o  tal senso é comum só significa que ele é corriqueiro, vulgar, mediocre... 

Então, como não pretendo fazer apologia ao álcool -- se bem que um patrocínio de uma grande destilaria não faria nada mal...rsrsrs...-- decidi fazer um esforço consciente de redução do meu superego e só escrever nesse blog as coisas que me passam pela cabeça e que eu só teria coragem de dizer ou fazer depois de algumas doses.

A proposta é escrever sem filtro. Afinal, nesse mundo besta em que vivemos em que o prazer tem sempre de ser em versão light, decidi que quero o meu prazer da forma mais integral possível e sem filtro!